quarta-feira, 17 de outubro de 2012


Possibilidades de intervenções na Contrução do Conceito de Numero !!!

Cabe ao professor compreender o processo da aprendizagem da matemática e alguns aspectos para sua concretização. Ele deve conhecer primeiramente seus alunos.

O aprendizado da Matemática está muito ligado à aquisição de habilidades linguísticas. O número, a medida e o espaço são construções que a criança elabora enquanto bagagem hereditária e na interação com os outros e com o meio ambiente. Assim, as primeiras experiências de matemática na escola devem estar baseadas no aproveitamento do conhecimento que a criança traz consigo; no manuseio de objetos, observação e ações; na utilização de material concreto, de modo a favorecer o pensamento intuitivo. Muitas atividades  podem aproximar as crianças da matemática como: manuseio de materiais, reconhecimento e contagem de objetos, organizar e brincar com tampinhas, blocos, jogos, dominós.

É preciso auxiliar a criança a transformar em interiorização sua ação sobre o concreto, organizando sua atividade cognitiva com vias a passar da ação à representação (abstração). Para isto, é importante verificar sempre o nível de compreensão do aluno, partir sempre do conhecimento já adquirido por este; respeitar o seu ritmo de aprendizagem e considerar todas as respostas emitidas, assim se poderá compreender como o raciocínio está sendo elaborado. Um mesmo conceito a ser apreendido deve ser apresentado de diferentes formas, maneiras. O conceitual do número é formado por variações cardinalidade; ordinal idade; contagem um a um; contagem por agrupamento; percepção de semelhanças; de diferenças; de inclusão; comparação de quantidades; representação numérica, entre outros.

É necessário criar situações onde o aluno estabeleça relações entre relações,de modo que ele faça construções renovadoras e assim aproprie-se da compreensão de um conhecimento através de discussão de ideias e testando hipóteses. Assim a criança ira desenvolver seu raciocínio, memória, concentração e autonomia.

É interessante também o manuseio de objeto de contar e de comparação de quantidade. Enfim é muito importante que o professor motive seus alunos.

A aprendizagem será possibilitada a partir do momento que os professores conquistem a confiança e oportunizem a afetividade entre si e os seus alunos, contribuindo para o desenvolvimento da autonomia e oportunizando o desenvolvimento cognitivo dos educados. Para Valente (1998, p.92), “o mecanismo de construção do conhecimento”.

Alguns exemplos de como trabalhar com Ordenação dos nomes aprendidos para a enumeração dos objetos, utilizando-os na sucessão convencional, não esquecendo nomes e nem empregando o mesmo nome mais de uma vez;

A americana Karen Fuson (1991) investigou, com detalhes, a evolução entre contagem e cardinalidade, em crianças de idade variando entre dois e oito anos e seus resultados deixaram evidente a importância dos procedimentos empíricos para a constituição da quantificação e da contagem para a construção do número. Para a pesquisadora, muito antes de construir o número de um ponto de vista lógico, a criança encontra as palavras-número em uma variedade de situações entre as quais vai estabelecer ligações e identificou sete situações: cardinalidade; de medida; ordinalidade; contagem (no sentido de etiqueta numa correspondência biunívoca); sequencial (recitar apenas as palavras-número); simbólica (apenas a leitura de um numeral) e como código (canal de TV).

Fuson (1991) estabeleceu que a contagem é um instrumento cultural uti­lizado pela criança para construir os conceitos de número cardinal, ordinal e de número-medida, quando se trata de coleções de média dimensão.

 
Para a Educação Infantil, o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (MEC, 1998), trouxe aos educadores um conjunto de princípios cujo eixo educacional traduz-se como bom processo educativo na pré-escola. Neste documento um dos eixos é o da Matemática, o que justifica a importância desta área, na qual o educador vá direcionar sua ação educativa para o desenvolvimento do pensamento lógico matemático. Para que isto seja possível, o professor deve conhecer como as crianças desenvolvem o pensamento matemático e como estas comunicam ao mundo que as rodeia quando falam a sequencia de números e contam.

       Conforme Vygotsky (apud Kupfer, 1993) a aprendizagem é o processo pelo qual o indivíduo adquire informações, habilidades, atitudes, valores, entre outros, a partir do seu contato com a realidade, o meio ambiente e as outras pessoas.

O professor deve encorajar a criança a opinar, participar ativamente dos jogos e atividades, respeitando a espontaneidade e estimulando o pensamento, a criatividade. Kamii (2008) considera a importância de desenvolver a autonomia nas crianças pequenas para que elas possam ser mentalmente ativas para construir o número. Nesse aspecto, o papel do professor é fundamental, pois ele vai encorajar os alunos a expor o pensamento sem medo do julgamento prévio do adulto, mas agindo de acordo com suas escolhas e hipóteses.

Na educação infantil é essencial a elaboração de uma rotina, algo que facilita o trabalho do professor e ainda proporciona segurança ao aluno. No eixo de Matemática, em especial, o Referencial Curricular Nacional (1998) sugere que o trabalho seja organizado em três maneiras: as atividades permanentes, as sequências didáticas e, por fim, os projetos. Destaca ainda, que as atividades permanentes são atividades regulares, não necessariamente diárias, como exemplo, a utilização do calendário. Para Kamii (2008) essa situação escolar é chamada de Vida Diária, onde o professor proporciona momentos de trabalho com a Matemática, porém de forma contextualizada
e significativa. Essas atividades, além de serem significativas para as crianças devem apresentar desafios constantes, aumentando o interesse na participação. O Referencial Curricular Nacional (1998 p.236) traz informação de que: “É preciso lembrar que os jogos de construção e de regras são atividades permanentes que propiciam o trabalho com a Matemática”.

Quando o processo de ensino-aprendizagem acontece em um ambiente favorável, rico e harmônico a criança se torna mais segura, confiante e sujeito de seu próprio conhecimento, carregando saberem sólidos e preparada para aprendizagens futuras.



REFERÊNCIAS

Educar em Revista, Curitiba, Brasil, n. Especial 1/2011, p. 109-124, 2011. Editora UFPR

FUSON, K. Relations entre comptage et cardinalitè chez lês enfants de 2 à 8 ans. In: BIDEAU, J.; MELJAC, C.; FISHER, J. P. Les chemins du nombre. Lille: Presses Universitaires de Lille, 1991. p. 159-179.